Desde que me convenci a fazer bullet journal uns 3 anos atrás, tenho me forçado a anotar as coisas que acontecem no meu dia, as músicas que ouvi, os episódios de série que assisti.

Como uma pessoa com algum grau de TDAH não diagnosticado, na maior parte das vezes faço lista das tarefas que vou esquecer ou fico dias sem atualizar nada para depois tentar cavar no meu cérebro o que DIABOS eu fiz naqueles espaços vazios. Mas, as coisas parecem que estão indo bem em janeiro. E se elas continuarem indo bem, é provável que eu consiga manter essa coluna da newsletter, porque vou ter tudo anotado como tive no primeiro mês de 2023.

Mas enfim. Não sei se a lista vai ter algum tipo de ordem. Meu primeiro instinto é ir de maneira cronológica, mas pode ser que eu mude de ideia no meio do caminho. O importante é que vou falar das músicas que ouvi durante o mês e pronto. 😅

Vamos ao que interessa?

Eu não queria gostar de NewJeans. Não queria porque elas nem saíram das fraudas e tem todo o problema com a CEO da Ador e não era pra criança estar trabalhando desse jeito no k-pop. Quando elas debutaram, dei uma ouvida no álbum e entendi porque estava hypeando, mas me obriguei a não acompanhar o grupo mesmo tendo gostadinho das músicas.

Mas, e sempre tem um mas, apareceu pra mim o cover que o Sanha do ASTRO fez de Hype Boy na voz e violão e música não saiu da minha cabeça por DIAS. Por isso, fui atrás de novo de ouvir o álbum e desde então tem estado na minha playlist porque o problema com NewJeans é que elas fazem muito bem uma das coisas que eu mais gosto no pop de modo geral: elas carregam a vibe chill do R&B Kiss-me-thru-the-phone, Knock-you-down, Because-of-you, American-boy com uma leveza deliciosa pra se dar play de novo sem enjoar. Não teve jeito.

Só que quando elas voltaram em dezembro com a esquisitíssima que só Ditto, eu fiquei “hmmm”, porque de novo, entendi o hype, mas não foi muito minha xícara de chá. Achei ali que elas não atrairiam minha atenção consistentemente como outros grupos fazem, mas então veio OMG e assim-

Essa é a minha música preferida do NewJeans e talvez a minha preferida do mês? Ainda não decidi, porque os concorrentes são fortes, mas nossa, como pode ser tão boa??? A faixa é feliz, o MV é engraçadinho, as meninas estão ADORÁVEIS (acho que aprendi o nome de duas, talvez três) e a coreografia é uma GRAÇA.

O gancho melódico é viciantíssimo e o refrão é a cereja no bolo. É um refrão cheio, mas que a gente consegue cantar junto e tudo é tão eficiente que simplesmente não tem como não amar. Inclusive eu adoro que as vozes das meninas seja tão palatável e que a sonoridade do grupo seja tão fácil de assimilar. Cada vez que ouço gosto mais e até as faixas que inicialmente não me animaram, cresceram em mim me tornando acreditadora.

Mesmo que ainda me deixe desconfortável elas serem tão novas.

Já que eu falei da influência do Sanha em me fazer gostar de NewJeans, vamos falar da música dele, né? Tá pra vir o dia que Moonbin e Sanha vão lançar uma música ruim. Não foi dessa vez, galera.

Pra quem não conhece, os MoonSan são do ASTRO, um sexteto muito do bom (já consideravelmente veterano) que parece finalmente ter chegado ao seu ponto de equilíbrio - eles são conhecidos o suficiente como grupo e individualmente para serem aclamados quando voltam, mesmo que não tenham explodido como os grupos que saem da bolha explodem. Isso é ambos uma pena e ótimo. Ótimo porque dá a chance dos meninos cultivarem sua identidade da melhor maneira possível, mas uma pena porque eles são tão bons.

ENFIM.

Esse é o terceiro lançamento da unit Moonbin & Sanha, a terceira tentativa do maknae (aka caçulinha) Sanha falar “gente, pelo amor de Deus, eu cresci e sou a d u l t o s e x y”. Dessa vez, vou adiantando, ele chegou perto de convencer, mas as alegações de bebê permanecem fortes (disclaimer: ele completa 23 anos esse ano).

Ano passado, eles lançaram WHO, cuja fancam do WaterBomb me persegue em sonho e que permaneceu comigo pelo resto do ano TANTO que foi minha mais tocada de acordo com meu Wrapped do Spotify (de acordo com o Youtube, como mencionei antes, minha mais ouvida foi Adrenaline do Cravity, mas as duas estavam pau a pau mesmo) e diante dos fatos, concluo que os MoonSan estão fadados a ditar o tom do meu ano com suas músicas excelentes, porque de novo temos o potencial de um #1 se eu não aprender a me controlar como botão de replay.

Madness é INSANA de boa. Eu não sei nem como explicar o quão boa ela é e dá pra perceber porque eu to enrolando pra falar da música propriamente. Segunda faixa do álbum INCENSE, ela dá sequência à sedutora Perfumer que já me deixou em estado de exclamação (provavelmente a melhor do álbum, mas ainda não sou capaz de dar uma resposta certeira) e continuou o jogo de sedução brincando - como o álbum todo brinca - com o tema de perfume que poderia muito bem ser mais… vou dizer: feromônio.

Pra falar a verdade, não é tão difícil ter um tema de sedução quando o > MOON BIN < está no seu grupo, mas essa nem é a melhor parte de Madness. Com uma linha de baixo atrativa, uma ponte de verdade, vocais impecáveis e ainda com o Sanha metendo um rap na segunda estrofe, tudo se encaixa perfeitamente, chega ser ridículo de bom. A coreografia é impecável, os meninos estão mais lindos que nunca e depois que a música termina, dá vontade de dar play de novo, mesmo que ela tenha tido uma duração de música de gente.

Impecável. 1 bj MoonSan, continuem assim.

Pra falar a verdade, a música título desse comeback dos Monek foi Beautiful Liar (não a da Shakira), que é muito, muito boa, mas foi a bside Daydream que me pegou pelos ombros e chacoalhou com força. Beautiful Liar é uma faixa que poderia muito bem estar num álbum de 2010 do Muse, brincando com agudos e com o empurrar e puxar de uma atração perigosa, mas ela se sustenta muito melhor quando ouvida junto do álbum Reason.

A faixa que dá sequência para te ajudar a entender o quanto a title é boa é justamente: Daydream, que em seus menos de 2:30 minutos mudou minha vida pra sempre. Com uma carinha medonha de caixa de música em parque de diversões abandonado e harmonias deliciosas, momentos de silêncio eficientes e rapper Hyungwon, não TEM COMO algo dar errado.

O Reason é muito bem amarrado. A faixa seguinte, Crescendo, é de produção do Jooheon e é a própria carinha do Monsta X - poderosa, ousada, debochada. Depois tem Lone Ranger, que é a prima metida de Rush Hour e foi produzida pelo Hyungwon (que tem ameaçado minha lista de bias mais do que o normal ultimamente).

O maknae I.M também produziu uma faixa pro álbum, a sofrida Deny que deixou os outros membros perguntando pra ele “who hurt you, baby?”1 e o Jooheon voltou para a produção da faixa final, IT'S ALRIGHT, sua música mais emocional desde Stand Up (quem é Monbebe entende), com uma levada old school apaixonante. Nenhum furo, como eles não faziam desde o FATAL LOVE.

Tudo isso é pra dizer que honestamente, o álbum inteiro do Monsta X ficou na minha playlist ao invés de uma faixa singular do lançamento 😅 porque eles lançaram um EP perfeito e quem discordar pode ter sua opinião errada na sua própria casa.

Não foram as referências a filmes nem a estética emo que me atraiu nas novas músicas a Yena. Não foi a participação do Be’O - um dos participantes mais memoráveis da história do Show me the money - e não foi nem o single álbum que o acompanhou, embora seja um single álbum bem bom.

Foi a vibe forte de HA:TFELT que toda sonoridade de Love War, ao ponto de eu voltar na tracklist publicada no twitter pra ver se não tinha dedo dela na produção. Não tem. Na verdade, a surpresa gostosa foi ver as canetadas da Yena (que já tinha produzido até pro seu ex-grupo IZ*ONE) e é sempre muito interessante ver como ela transita entre conceitos com tanta facilidade.

A Yena é uma das solistas mais completas dessa 4ª geração, todo mundo sabia disso desde a época do Produce 48, mas acho que sempre houve um pouco de dúvida quanto ao tipo de artista que ela seria após o fim do grupo. Com seu conceito feliz do debut e primeiro comeback, sempre bem pop rock, meu sentimento foi de “é claro que ela lançou esse tipo de música”, mas agora, com algo mais melancólico, também fico “é claro que ela lançou esse tipo de música”, então assim.

Rainha.

P.S.: Ouça a bside Wash Away também, é ótima e dói.

A coreografia confusa, mas acessível, o refrão com membros não-óbvias, o gancho melódico eficiente, as meninas lindas d+, tudo funciona em Moonlight Sunrise e quando eu terminei de ouvir pela primeira vez só senti uma coisa: felicidade. E sabe o que é engraçado? Tecnicamente, a música não tem nada de mais. Mas ela FUNCIONA. E quem não ama um popinho feito do jeito certo, né não? Cada dia mais eu me apaixono pelo TWICE ao ponto de eu estar PREOCUPADA com o show fictício delas que vai ter por aqui no segundo semestre. Porque eu meio que TENHO que ir. 🆘

Eu amo Daughter. As músicas deles foram título de muitas das minhas fanfics e sempre que eu ouço algo deles me bate uma nostalgia gostosa porque a identidade da banda é muito marcada (ao contrário da metamorfose que é o Gorillaz, um dia falo melhor disso). Quando Be on your way saiu, eu percebi quanta saudade eu estava sentindo deles. Além do mais, ela meio que poderia também ser trilha sonora de Last of Us, ou na trilha sonora de 1997 - livro da minha amiga Juliana Giacobelli.

Os lançamentos solo dos meninos do OnlyOneOf estavam sendo pra mim um revezamento de ÓTIMO e okay I guess até chegar nos maknaes, porque eu ADOREI tanto a faixa do Mill quanto beyOnd do Nine. Os 6 MVs são interligados e nenhum faz muito sentido, porque a gente não tem muitas explicações (Junji/Rie estou olhando pra vocês), mas isso nem importa porque nossa, como são bons né? Quem ama um BL, uma representatividade da boa e ainda por cima precisa de música de qualidade, já sabe o que recomendo.

Essa é do ano passado, mas fiquei enrolando pra ouvir, então entrou na minha playlist de janeiro. Choi Minho, né minha gente? Delícia sempre, mesmo quando tá sofrendo, porque olha, Chase é DOR, é PTSD e alucinação, e tudo isso faz dela uma ótima música de um cantor ótimo de ver. E olha que ele é RAPPER do SHINee, hein? Estamos falando de talento aqui (por isso veja a novela dele na Netflix, é 10/10).

Enfim, teve um pouco de tudo na minha playlist esse mês - música feliz, música dramática, pop rock, color pop e vai ser sempre assim. Me conta você também o que você mais ouviu esses dias, a caixa de comentários está aberta ⬇