Olá, gente! Estou de volta com um novo “Cinco destaques e um texto” que dessa vez tem texto! Quase desisti de escrever de novo, mas como eu tava no clima do Escrevereiro, entrei em ação e saiu algo mais ou menos.

A questão com o texto que vocês vão encontrar no final dessa edição da newsletter é que eu vi o edital de uma revista de contos e falei 🤔. Aí, parei pra escrever. Exceto que o que eu escrevi ficou muito grande e eu teria que cortar algumas partes. Daí o que eu fiz? Comecei a escrever coisa extra sobre o universo criado, é lógico kkk

Então, para você ficar ciente, sempre que eu mandar aqui algum texto sobre a lore de Bico da Mata, não quer dizer exatamente que esse trecho entrará na história final. O que quer dizer é que eu estou explorando esse universo que veio à mim em um sonho (quase literalmente) até eu pegar a manha e conseguir escrever algo mais completo — que é o que provavelmente vou fazer, se de fato não conseguir encurtar o conto o suficiente para entrar no concurso.

ENFIM. Bora ao que interessa?

📺 Heróis de plantão

Será que essa coluna será “recomendar uma série médica por mês”? Não sei, iremos descobrir. Mas a Netflix queria MUITO que eu assistisse Heróis de Plantão, e como eu sou fácil de ceder ao algoritmo às vezes, dessa vez resolvi assistir.

A série começa engraçadinha, com um elenco muito divertido, e como bom k-drama vai acrescentando camadas mais sérias. Mesmo assim, fiquei impressionada em como eles conseguiram manter um equilíbrio de lore, humor, drama e toda a parte técnica médica, resultando numa mini-séria deliciosa de se assistir em um único dia.

Recomendadíssimo! (e eu espero que tenha mais temporadas!)

🎧 ONF — The Stranger

Objetivamente falando, o ONF é o melhor grupo de k-pop do mundo.

“Ah, mas—”

Mas nada, eu disse o que eu disse. E vocês SABEM que meu grupo preferido é o ATEEZ, então hear me out: eles são os melhores do mundo sim.

Um grupo que nunca errou na vida, que não tem medo de abraçar o absurdo e sempre voltam com uma música melhor que anterior, não tem como argumentar contra eles, sabe! The Stranger é a título desse comeback e o refrão dela é TÃO satisfatório que eu ouso dizer que essa é a melhor música do ano e vai ser difícil tirar esse título dela.

Vamos ver se alguém consegue, eles têm 10 meses pra tentar!

🎧 Minnie — Her

Eu não dou a mínima pro (G)I-DLE como grupo, e geralmente quando eu me dou ao trabalho de ouvir os comebacks delas, eu acabo gostando das músicas que não foram feitas pela Soyeon, então não é nem um pouco surpreendente dizer que eu amei a música título da Minnie!

Digo “música título”, porque Her foi a única que eu lembrei de ouvir até o momento 😅 e tenho ouvido constantemente desde então. Essa música é tão divertida e contagiante, um pop bem executado que fica na sua cabeça, e por isso está sendo uma das minhas recomendações do mês!

🎧 Lim Youngmin — Vibe Check

O Lim Youngmin é o solista que mais ameaça a posição do S.Coups como meu ultimate absoluto no k-pop e depois de um ano, mais ou menos, ele está de volta com um single álbum para abalar meu coração novamente heh

Diferente dos seus lançamentos anteriores, a title On My Way e os dois lados B que acompanham o single album são tão upbeat e deliciosas (antes ele era o rei da sofrência) que minha única opção é ficar voltando pra elas sempre, sendo que a minha preferida é Vibe Check, que me deu muitas vibes do M.O.N.T, algo que deixou a música melhor ainda.

Se você está procurando algo feliz para ouvir, fique sabendo que achou.

🎧 Chung Ha — STRESS

Hello?????? A outra candidata a melhor música do ano chegou!

A Chungha não sabe o que é errar e agora, sob a direção do Jay Park, isso vai ficar mais difícil ainda. A prova está no pudim: um mini-álbum que eu anotei quase todas as músicas como favoritas, inclusive a faixa com a veterana Sunmi sendo uma das melhores, e cuja title foi mais um aceno pros LGBT povo animado.

STRESS pode não ganhar de The Stranger como música em geral, mas pode ter certeza que tem a melhor coreografia que você vai ver até o momento em 2025. A Chungha é ARTISTA, então sua carreira como dançarina complementa a carreira de cantora de um jeito perfeito e ela lançou um party banger que ninguém vai ser capaz de botar defeito, como era esperado!

Bico da Mata, 1998

No corredor de casa, os dois adolescentes recém tornados irmãos se encararam. Cada um tinha uma caixa de mudança em mãos e nenhum parecia muito feliz com a presença do outro.

— Jordana. — Ele cumprimentou por obrigação.

— Guilherme. — Ela respondeu no mesmo tom.

Eles permaneceram em silêncio por um longo momento, o que era desconfortável não apenas para os que estavam por perto como para os próprios, visto que as caixas que seguravam estavam pesadas.

Jordana Bezerra e Guilherme Dias tinham a mesma idade, nasceram com pouco tempo de diferença. Ambos tinham a mesma pele clara que bronzeava fácil e cabelo castanho, embora ele tivesse olhos esverdeados, enquanto os olhos dela eram de um marrom avermelhado como as cascas das castanhas-do-Pará. Os cabelos de Jordana cacheavam nas pontas que passavam de seu ombro e Guilherme tinha um corte de cabelo meio longo que poderia emular o Leonardo DiCaprio se ele soubesse arrumar do jeito certo.

Eles não tinham nenhuma conexão sanguínea, mas parecia que tinham e isso não agradava nenhum dos dois.

A casa em que os Dias moravam era a principal de uma chácara que pertencia à família de Guilherme. O lugar era um upgrade e tanto para Jordana e seu pai, que antes moravam em três cômodos próximos à cachoeira de Bico da Mata. A sala era espaçosa em piso de cerâmica vermelha, a cozinha tinha fogão à lenha e um corredor largo entre os dois ambientes levava aos quartos — três cômodos amplos ao todo.

Agora que o pai de Jordana tinha casado com a mãe de Guilherme, esses quartos precisaram ser rearranjados. Enquanto o quarto da mãe dele permanecia intacto, Guilherme precisou ser realocado para junto do irmão mais velho, João, que apareceu no corredor sem perceber o climão que estava rolando.

— Pegou tudo, Gui?

Fazendo careta enquanto ainda encarava Jordana, Guilherme bufou.

— Quarto liberado. — Ele disse monotônico.

Na outra ponta do corredor, Jordana forçou um sorriso.

— Nossa, obrigada. — Ela respondeu sem emoção.

Para João, era difícil não rir, mas ele se solidarizou com o irmão um pouco. Na verdade, ter que dividir o quarto era algo que duraria só um ano — ele estava em ano de vestibular e se passasse direto, estaria se mudando dali em menos de 12 meses. Além disso, era hilário ver Gui tão irritado em ter que dormir junto com ele novamente, sendo que mal fazia dois anos desde que a família finalmente o tinha convencido a usar o próprio quarto.

Guilherme, para quem conhecia bem, era um medroso.

Jordana finalmente se mexeu na direção deles, aproximando-se o suficiente para fazer Gui dar alguns passos para o lado, mais próximo do irmão e do quarto que chamaria de seu dali pra frente.

Honestamente, João gostava de Jordana. Ela era uma garota divertida, amorosa e com muito a aprender, estava sempre cheia de perguntas e se apoiava em cada uma das palavras que ele falava. A irmãzinha perfeita.

Mas Jordana também era poderosa e a teoria de João quanto a Guilherme ser tão averso a tê-la por perto era que ela o assustava.

— Licença. — Ela disse, abrindo espaço para entrar no quarto que agora era dela.

Irritado, Guilherme encarou o irmão, que pegou a caixa das mãos dele com um aceno compreensivo.

— Eu vou cometer um crime.

— Vai nada. — João rebateu. — ‘Bora terminar de arrumar tudo.

Reply

or to participate

Leia também

No posts found
View more
arrow-right